O estudo incluiu 320 homens com idade entre 18 e 45 anos em relações monogâmicas por pelo menos um ano. No início da pesquisa, foram feitos testes para assegurar que eles tinham níveis normais de espermatozóides. A partir daí, foram aplicadas neles duas injeções de hormônios (progestógeno e uma forma de testosterona) a cada dois meses. Eles foram monitorados até que o nível de espermatozóides baixasse, e então continuaram por mais um ano com esta posologia — além de não usarem outro método contraceptivo.
Uma vez que os participantes pararam de receber as injeções, foi feito um monitoramento que buscou medir a velocidade com que os níveis de espermatozóides foram recuperados — 274 dos homens permaneceram com níveis baixos por pelo menos quatro meses, uma taxa de sucesso em 96 a cada 100 indivíduos.
O sucesso da pesquisa, porém, não veio sem contratempos: em 2011, os cientistas interromperam novas participações nos testes pela aparição de efeitos colaterais, particularmente depressão e outras flutuações de humor. Vinte homens deixaram o estudo por conta destes sintomas. Mas dos 1.491 eventos de efeitos colaterais relatados, 39% não tinham relação com o método contraceptivo, segundo os pesquisadores.
Apesar destas reações adversas, mais de 75% dos participantes afirmaram que estariam dispostos a continuar se submetendo ao método depois da conclusão dos testes.
— É preciso mais pesquisa para avançar nesta descoberta, a ponto que ela possa ser largamente disponível aos homens como um método de contracepção. Apesar das injeções terem sido eficientes em reduzir a incidência da gravidez, a combinação de hormônios precisa ser melhor estudada para encontrarmos um bom equilíbrio entre a eficácia e a segurança — afirmou um dos autores da pesquisa, Mario Philip Reyes Festin, da Organização Mundial da Saúde.
Os cientistas vêm investigando o potencial de contraceptivos hormonais para homens por duas décadas. Esta semana, uma pesquisa da Universidade de Wolverhampton revelou como promissores os testes com um composto que poderá ser usado em forma de pílulas ou spray nasal.
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