O produtor rural Senildo Marques alega ter passado constrangimento ao procurar o hospital de Acrelândia (AC), distante 105 quilômetros da capital, após cair de moto no ramal do Granda. Segundo ele, ao se dirigir à recepção foi orientado pela técnica em enfermagem Quênia Carvalho a voltar em casa para tomar um banho e só depois voltar para receber atendimento. A profissional nega.
A moça disse que eu tinha que ir em casa tomar banho para fazer curativo e tirar o raio-X. Mas eu moro em uma colônia, não tenho casa aqui [em Acrelândia]. Como é que eu ia em casa, que fica 59 quilômetros distante, e voltar lá só depois?", questiona o produtor.a técnica em enfermagem Quênia Carvalho, que atendeu o produtor rural, fala que pediu apenas para que o paciente lavasse as mãos, para que um curativo fosse feito e não corresse o risco de infeccionar. Ela afirma que, devido ao acidente, ele estava sujo e não tinha como analisar o ferimento.
"Ele estava muito sujo, com terra da cabeça ao pés e realmente não tinha como eu proceder daquele jeito. Então, disse que teria que lavar as mãos dele, para fazer o curativo e também para ver onde tinha mais machucado. Mas ele já foi falando que eu estava com preconceito", explica a técnica, que trabalha no hospital há mais de dois anos.
Em lágrimas, Quênia diz que se sente desrespeitada, porque foi acusada injustamente. Ela garante que não negou atendimento ao paciente. "Estou me sentindo desprestigiada e desrespeitada diante do meu trabalho. Eu jamais faria isso com qualquer pessoa. Eu jurei atendimento, solidariedade e respeito à vida. Fui acusada de preconceito injustamente e eu não aceito isso", diz.
Revoltado com o atendimento, o produtor rural levou o caso ao Ministério Público da cidade e, após retornar com um funcionário do órgão ao hospital, conseguiu receber atendimento. Ainda indignado, ele exibe o raio-X que aponta a fratura em um dos dedos da mão.
FONTE G1
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